Transmissão da Covid-19 no Brasil está acelerada, diz Imperial College
Indicador que estima para quantas pessoas, em média, um infectado passa o vírus registra o maior patamar desde maio.
O indicador usado para saber se a pandemia está avançando ou recuando globalmente mostra que a Covid-19 no Brasil continua em aceleração.
Dados do Imperial College London, no Reino Unido, divulgados nesta terça-feira (24), indicam que a taxa de reprodução do vírus (Rt) está em 1,30 no país. Na semana passada, era de 1,1.
Esse patamar é o mais alto desde o fim de maio e sugere uma alta de casos, já que 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 130, na média.
Quando o Rt fica abaixo de 1, a pandemia está em desaceleração. Por exemplo, se fosse de 0,80, significaria que as mesmas 100 pessoas passariam o vírus para outras 80, e estas, para 64.
Entre os países sul-americanos, o Brasil é o que tem a taxa de reprodução do coronavírus mais alta nesta semana.
A projeção deixa claro o que já tem sido observado nas últimas semanas pelos dados do Ministério da Saúde.
No entanto, o próprio Imperial College faz uma ressalva: “A notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.
Recentemente, o sistema do Ministério da Saúde foi alvo de uma tentativa de ataque cibernético. Houve represamento de informações e posterior divulgação de números dos dias em que a rede estava indisponível.
O Brasil tem atualmente 6.087.608 casos acumulados, sendo 473.028 mil ativos. O total de mortes chega a 169.485 desde o início da pandemia.
As médias móveis semanais de novos casos e óbitos voltaram a subir em novembro, após semanas em queda.
Infectologistas ouvidos pelo R7 atribuem estas altas, que incluem também internações, ao relaxamento de pessoas que permaneceram em casa nos últimos meses.
Esses indivíduos que não tinham sido expostos ao vírus até então passaram a flexibilizar a quarentena.
O comportamento de jovens também é apontado como um disseminador da doença, já que festas e aglomerações têm sido cada vez mais frequentes.
Por R7