Motoristas e cobradores de ônibus entram em greve em Teresina; nenhum veículo saiu às ruas, diz sindicato
Segundo o sindicato dos motoristas e cobradores, nenhum ônibus saiu das garagens nesta segunda-feira (21). A Strans informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus.
Os motoristas e cobradores do sistema de ônibus de Teresina começaram uma greve nesta segunda-feira (21). Segundo o sindicato dos trabalhadores do transporte público (Sintetro), nenhum ônibus saiu das garagens nesta manhã. A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut).
A Superintendência de Transporte e Trânsito (Strans) informou que 250 veículos alternativos foram contratados para substituir os ônibus.
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) informou que foi notificado pelo sindicato dos trabalhadores sobre a greve na última quinta-feira (17). Ainda segundo o Setut, a greve do transporte público afeta 180 mil pessoas.
Em nota, o Setut afirmou que a Prefeitura de Teresina não cumpriu com acordos firmados no final de 2021, e isso impediu que houvesse um acordo entre as empresas e os trabalhadores. Veja a nota completa abaixo.
Primeiro dia de greve de ônibus em Teresina — Foto: Ilanna Serena/ g1 PI
Os motoristas e cobradores se reuniram diante dos portões de garagens na Zona Sul de Teresina. Durante a manhã, os trabalhadores devem fazer uma passeata até a sede do Tribunal Regional do Trabalho, na Avenida João XXI, como protesto.
O presidente do Sintetro Antônio Cardoso afirmou que os salários dos trabalhadores do setor estão congelados desde 2019, e em 2020 os trabalhadores ficaram sem ticket alimentação e plano de saúde.
“A gente queria pedir desculpas e o apoio da população. Estamos fazendo essa greve porque estamos necessitando. Estamos praticamente passando fome”, disse Antônio Cardoso
Leia abaixo as notas da Prefeitura de Teresina e do Setut, na íntegra:
Prefeitura de Teresina
Nota
A prefeitura de Teresina informa que já cadastrou 250 veículos alternativos para atuarem durante a greve do transporte coletivo na capital.
A Strans informa ainda que está implantando o projeto de táxi lotação, onde 2 mil veículos devem ser cadastrados.
O superintendente da STRANS, Major Cláudio Pessoa está disponível para atender a imprensa em entrevista coletiva ao meio dia desta segunda-feira (21).
SETUT
Empresas são notificadas da greve dos motoristas, mas querem manter os ônibus funcionando
A problemática do transporte público de Teresina vem se estendendo com diversos fatores que envolvem a Prefeitura, empresários e trabalhadores do setor. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) recebeu na última quinta-feira (17) a notificação do Sintetro, em que informa a decisão de greve para a segunda-feira (21). O Consórcio SITT, através do SETUT, informa que as empresas querem manter o funcionamento dos serviços oferecidos, com o objetivo principal de atender as demandas dos passageiros, assegurando o direito de ir e vir dos cidadãos e trabalhadores teresinenses.
“O SETUT tem participado de mesas de negociações e propostas junto à Superintendência Regional do Trabalho no Piauí, buscando solucionar as demandas trabalhistas de motoristas e cobradores de ônibus. As empresas seguem cumprindo devidamente suas obrigações e o acordo firmado com a Prefeitura de Teresina, assumidas em outubro de 2021. Contudo, como a gestão municipal não tem cumprido, desde janeiro de 2021, com diversas obrigações contratuais, principalmente no tocante ao repasse das verbas necessárias à sobrevivência do setor, isso tem inviabilizado por completo qualquer possibilidade de haver acordo trabalhista para com seus colaboradores”, disse Naiara Moraes, consultora jurídica do SETUT.
Segundo a entidade, os valores calculados que resultaram em um total de R$ 71.950.946,51 são referentes aos prejuízos acumulados de jan/21 até fev/22, e que são extremamente necessários para garantir a manutenção dos compromissos financeiros e operacionais do setor. Naiara Moraes reafirma que as empresas defendem a manutenção da frota operante e que a Prefeitura possa fazer algo urgente para que a greve não aconteça.