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Justiça solta motorista de aplicativo suspeito de espancar namorada por 6 horas em Teresina

A decisão é do juiz João de Castro Silva, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Teresina. O g1 não localizou a defesa do acusado.

Por Sthefany Prado*, g1 PI

O juiz João de Castro Silva, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Teresina, concedeu liberdade provisória a Filipe do Valle Prado, motorista de aplicativo denunciado por espancar a namorada por seis horas em um motel da capital. A tentativa de feminicídio ocorreu em maio de 2024, no bairro Macaúba, na Zona Sul de Teresina. O g1 não localizou a defesa do acusado.

Na decisão, o juiz reconhece o crime, mas argumenta que Filipe, atualmente, não apresenta riscos a vítima.

“Há prova da existência do crime e indício suficiente de autoria, mas não há mais perigo gerado pelo estado de liberdade do indiciado, isso porque não há elementos nos autos a indicar que sua liberdade, hoje, coloque em risco a segurança da vítima”, apontou o magistrado em trecho da decisão.

João de Castro Silva define que o investigado deve cumprir medidas cautelares, que incluem a proibição da aproximação da ex-companheira, com limite de distância de 200 metros, além de contato com ela por qualquer meio de comunicação.

Filipe do Valle também deve comprometer-se a comparecer a todos os atos do processo, permanecer em Teresina e informar suas atividades à Justiça.

O juiz determina ainda que a vítima busque a Central de Monitoramento Eletrônico (CME) para obter acesso ao ‘botão do pânico’, que pode ser disparado caso o homem ultrapasse o limite de distância imposto.

O motorista de aplicativo Filipe do Valle Prado, de 30 anos, foi preso no dia 17 de maio, suspeito de tentativa de feminicídio na Zona Sul de Teresina. Segundo a delegada Nathália Figueiredo, o homem espancou a companheira por cerca de 6 horas em um quarto de motel no bairro Macaúba. O crime ocorreu no dia 11 do mesmo mês.

Segundo a delegada, apesar dos gritos, ninguém acionou a polícia e mais tarde, no hospital, mesmo ao ver a mulher com o rosto desfigurado, a policia não fez a prisão em flagrante. Chamou a atenção o fato de que o reconhecimento facial do celular da vítima não funcionou, dado o nível de desfiguração do rosto após as agressões.

Suspeito foi preso duas vezes em cerca de 48h

O homem foi preso por tentativa de feminicídio no dia 17 de maio, depois havia sido posto em liberdade provisória no sábado (18), um dia após o crime. Contudo, teve a prisão decretada novamente dois dias depois, devido principalmente à crueldade das agressões e por indícios de reincidência do motorista.

“A segregação cautelar é necessária considerando principalmente a periculosidade (…), pela gravidade concreta evidenciada no modus operandi de extrema violência contra a mulher em razão de seu gênero, e visando a assegurar a integridade física e psicológica da ofendida”, considerou o juiz Valdemir Ferreira Santos

*Estagiária sob a supervisão de Maria Romero.


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