Uncategorized

Conheça a atleta de São João do Piauí convocada para a Seleção Brasileira Feminina Sub-17

Yngrid Piauí, como é conhecida, é força da Seleção no setor ofensivo e vive trajetória repleta de histórias de São João do Piauí até Porto Alegre. Campeã com Inter, jogadora disputa 1º Mundial

Por Arthur Ribeiro/ge — Teresina

Yngrid Piauí, atacante do Brasil na Copa do Mundo feminina sub-17, abriu o coração e relembrou trajetória da sua carreira até chegar na base do Internacional e na seleção brasileira. Em entrevista à Fifa + – plataforma de vídeos da Fifa -, a jogadora, natural de São João do Piauí, cidade ao sul do estado, comentou sobre as dificuldades para fazer uma peneira, na Bahia, que precisou de Vaquinha. O teste no Inter, em Poro Alegre, teve uma viagem que durou três dias e meio de ônibus.

— Minha cidade é São João do Piauí. Eu ainda moro mais para dentro. Moro num assentamento. Assentamento marrecas. Foi onde eu comecei a jogar, querer a começar uma carreira. Nisso, teve uma peneira da minha cidade. Minha mãe levou eu e meu irmão. Os dois passaram. A gente teve que fazer uma vaquinha para ir fazer essa avaliação em Feira de Santana, na Bahia – comentou Yngrid Piauí, atacante da seleção brasileira feminina sub-17, que ainda citou.

A ida para a Bahia rendeu o teste aos irmãos e a aprovação. Depois de quase uma semana, o resultado positivo foi passado à mãe de Yngrid, que teve que lidar com a idade baixa da filha antes do acerto com um novo clube. Por ter 12 anos quando fez o teste, Yngrid teve que aguardar os 14 anos para tentar a ida a um primeiro clube.

Yngrid Piauí, atacante do Internacional e da Seleção — Foto: Divulgação/Instagram

Yngrid Piauí, atacante do Internacional e da Seleção — Foto: Divulgação/Instagram

Durante a espera, a família de Yngrid conheceu um representante do Vila Nova, clube de Goiás, que pediu autorização para buscar um clube. Após um período de espera, a resposta que eles tanto esperavam surgiu:

– Tenho uma avaliação para a tua filha no Internacional de Porto Alegre – disse Wellington, olheiro do Vila Nova de Goiás à mãe de Yngrid.

A ida a Porto Alegre reservou novas experiências para a família.

Quem disse que nós sabíamos onde era (Porto Alegre)? Não passava nem pela cabeça. A minha mãe falou que ia. A gente fez vaquinha, vendeu coisa. Tiveram muitas pessoas que ajudaram. A gente passou três dias e meio no ônibus até lá”
— revelou Yngrid sobre o percurso ao Rio Grande do Sul.

– Eu fiz as avaliações. Fiquei duas semanas sem saber. Na terceira semana, eles disseram que eu tinha passado. Que eu fazia parte do Internacional. Até hoje eu estou lá. Muito feliz – finalizou a piauiense sobre.

O Brasil está no Grupo D da Copa do Mundo feminina sub-17. A Seleção venceu por 1 a 0 a Zâmbia na estreia e perdeu por 2 a 1 para o Japão, na segunda rodada. A equipe precisa de uma vitória na terceira rodada sobre a Polônia, líder da chave, para tentar classificação às quartas de final da competição.

Yngrid Piauí, atacante do Internacional e da Seleção — Foto: CBF

Yngrid Piauí, atacante do Internacional e da Seleção — Foto: CBF

Brasil e Polônia se enfrentam nesta quarta-feira, pela terceira rodada do torneio. Os times vão a campo no gramado do CFC Stadium a partir de 17h, na República Dominicana. Você pode acessar e acompanhar o lance a lance da partida em tempo real no ge. O sportv3 transmite a partida ao vivo a partir das 16h50.

Veja outros trechos da entrevista com Yngrid Piauí

Começo no futebol

– Começo, eu brincava na rua, mas nunca tinha pensado: “Vou me tornar jogador”. Só que depois de um tempo, vendo meu irmão jogar, minha mãe também jogava no gol, aí eu comecei a querer jogar. Meu primeiro jogo foi com 12 anos. A minha mãe me colocou para jogar. Não foi em escolinha e nem com pessoas da minha idade. Foi com pessoas mais velhas. De 20, 19 anos. Eu era a única de 12 anos. E eu acho que depois daí, eu comecei a querer mais ainda. Acho que por ser um sonho meu e do meu irmão, eu quis continuar, focar mais ainda e focar em um clube de verdade –

Relação com o irmão

– A minha relação com ele (irmão) é muito de boa. Antes de mim, era ele. A minha mãe, acho que ela, tipo, lutou bastante pelo sonho dele, também. E nossa relação é muito tranquila. A gente conversa. Ele joga lá mesmo. Eu converso sobre os jogos dele. Pergunto sempre como ele está. Pergunto o que eu posso melhorar também. Ele sempre manda mensagem. Falou que se eu entrasse, era para eu entrar calma no jogo. Que eu sabia fazer tudo. Que a primeira bola é tocar consciente. Se tiver nervosa, tocar no primeiro passe, não segurar muito.

– Para ir pegando confiança. Sempre gosto de falar com ele. É uma pessoa que me motiva. Acho que… Ai. Eu vou chorar. É uma das pessoas que eu mais gosto de ver chorar. Agora, ele tem 21 anos. Ele continua jogando. Adoro ver os jogos dele. Ver ele jogar. Tenho muito vídeos dele jogando. Sempre antes dos jogos, eu gosto de ver algumas coisas que eu posso usar no jogo, também.

Primeira convocação

– Veio a Alessandra. Ela falou que o nosso técnico, o David, tinha um recado para dar. Da CBF. Como sempre Stefany e Aninha estão convocadas para a Seleção. Todo mundo aplaudiu. Ele virou e falou: “Piauí, você também foi convocada”. Aí, eu olhei para o lado, estavam minhas colegas. Aí eu chorei, derramei. Foi uma emoção muito grande saber que estaria convocada pela primeira vez. Foi uma sensação maravilhosa, incrível.

Futuro

– Você tem que ir criando a carreira de pouquinho em pouquinho, degrau por degrau. Acho que, por enquanto, eu estou construindo minha história na base. Quero ir para um profissional, assinar com o profissional do Internacional. Por enquanto, degrau por degrau pensando aos poucos. Pensando em chegar lá na frente. Não era só meu sonho. Era de todo mundo mesmo.


WhatsApp do Portal Saiba Mais: (89) 9 9922-3229

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Portal Saiba Mais