Bolsonaro discute produção de vacina com diretor-geral da OMS em Roma
No evento do G-20, Tedros Adhanom afirmou que reforçou o potencial do País para a produção de vacinas.
O presidente Jair Bolsonaro se encontrou, neste domingo, 31, com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante viagem a Roma, na Itália. O presidente está na capital italiana para participar da reunião da cúpula do G-20, que acontece neste final de semana e reúne diversos líderes mundiais.
O vídeo da reunião com o diretor-geral da OMS foi compartilhado pelo presidente pelas redes sociais. Pelo Twitter, o Palácio do Planalto informou que a reunião aconteceu “à margem da cúpula de líderes do G-20” e que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, também participou.
“Agora há pouco, por ocasião do G-20, eu tive um encontro com o senhor Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. Veja o que ele fala sobre origem do vírus, a vacinação em crianças e adolescentes, passaporte sanitário e medidas restritivas como lockdown”, diz Bolsonaro em vídeo compartilhado no Facebook.
Em seu perfil no Twitter, Tedros Adhanom Ghebreyesus também comentou o encontro e afirmou que foi reiterado o compromisso de apoiar medidas relacionadas à covid-19. Durante a reunião, segundo ele, foi discutido o potencial do Brasil para a produção local de vacinas contra a doença, o que pode também atender às necessidades da América Latina e do mundo.
Met 🇧🇷 President @jairbolsonaro at the #G20SummitRome & reiterated @WHO‘s commitment to support Brazil’s #COVID19 response. We discussed Brazil’s potential for local production of vaccines and therapeutics, which could also support the needs of Latin America & the 🌎. pic.twitter.com/fEkjilSpe4
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) October 31, 2021
A agência internacional de notícias Bloomberg informou que Bolsonaro teve uma conversa amigável com Angela Merkel na noite de sábado, durante um jantar. Ele teria dito que “não era tão mau quanto a mídia sempre o retratou”, segundo dois funcionários do G-20 que testemunharam a cena. Merkel, que durante os 16 anos no poder esteve sob o escrutínio da imprensa, “sinalizou que entendia”.
A participação do presidente Jair Bolsonaro tem sido marcada por poucos encontros com outros chefes de Estado, como o argentino Alberto Fernández e o turco Recep Tayyip Erdogan. Isolado, o presidente não participou do passeio de líderes do G-20 neste domingo. Foi divulgada uma foto dos representantes de outros países jogando moedas na Fontana de Trevi, tradicional ponto turístico na capital italiana. Bolsonaro foi ao local na sexta-feira, 29.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acompanhou Bolsonaro na maior parte dos compromissos oficiais. Mais cedo, ele esteve ao lado do presidente em um evento à margem da Cúpula do G-20, que tratava sobre o papel do setor privado na luta contra a mudança climática.
Guedes também acompanhou Bolsonaro na segunda sessão de mudança climática e meio ambiente, além de um almoço para debater o desenvolvimento sustentável e do encerramento da reunião das 20 principais economias do mundo.
Desassociada da agenda do presidente, o ministro teve uma reunião com a ministra das Finanças da Indonésia, Mulyani Indrawati, e com a secretária de Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen.
Apoiadores
O presidente compartilhou nas redes sociais vídeos em que cumprimenta apoiadores em Roma. Bolsonaro aparece acenando pela janela e, logo em seguida, vai ao encontro do grupo, que gritava palavras de apoio ao presidente. “Agradeço imensamente a todos pela consideração”, escreveu o presidente na publicação.
– Agradeço imensamente a todos pela consideração (Roma/Itália -31/10/2021)! pic.twitter.com/S2HmZh9kNU
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 31, 2021
A previsão é que o presidente vá amanhã, 1º de novembro, para a cidade Anguillara Veneta receber um título de cidadão local. O projeto para homenagear o presidente é de autoria da prefeita Alessandra Buoso, da Liga – partido de extrema-direita.
Em entrevista à emissora SKy tg24, Bolsonaro disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o acusa de genocídio “porque é um oportunista” e defendeu sua gestão da pandemia.
Bolsonaro falou ainda que colocou todos os meios para que “governadores e prefeitos combatessem a pandemia” e que “seguindo as instruções do Supremo Tribunal Federal, cerca de US$ 100 bilhões foram gastos”.
Bolsonaro ainda afirmou que “sempre foi favorável à vacina”. Ele também defendeu autonomia médica “sobre como tratar o paciente e quais medicamentos escolher ou administrar”.
Por Estadão Conteúdo