Congresso resiste a atender Lula e turbinar PAC com dinheiro de emendas
Parlamentares têm rejeitado a proposta do presidente Lula (PT) para que o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) seja turbinado com dinheiro de emendas. Mesmo dentro da base política do governo, há líderes que veem dificuldade para que o plano do Palácio do Planalto seja acatado pela maioria dos congressistas.
Os deputados e senadores têm direito a colocar verba pública em projetos e obras. Com isso, acabam irrigando seus redutos eleitorais e conseguem ampliar o próprio capital político. Esse mecanismo de uso de dinheiro do Orçamento pelos parlamentares é conhecido como emenda.
Lula lançou uma ofensiva, revelada pela Folha, para tentar convencer os congressistas a aplicar emendas no PAC, sua principal vitrine na área de infraestrutura.
No entanto, os incentivos foram considerados pouco atrativos, de acordo com integrantes de partidos como PP, Republicanos, União Brasil, PSD, PDT, Solidariedade e Podemos.
Há diferentes avaliações nos bastidores. Uma ala diz que, se aceitar a oferta do governo, o ganho do parlamentar por meio da emenda será diluído, pois ministros de Lula também vão colher os frutos políticos.
E citam que integrantes do primeiro escalão do governo continuam lançando obras pelo país ?inclusive em Alagoas, estado do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP)? sem que deputados sejam convidados para os eventos.
Parlamentares também dizem que o direcionamento da emenda para o PAC faz com que as diretrizes fiquem a cargo do governo, não do deputado ?reduzindo, portanto, sua influência no projeto. Nas palavras de um cardeal da Câmara, esse movimento retira a digital do parlamentar sobre a emenda, e coloca a marca do governo.
Fonte: Folhapress
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