Saiba quais os órgãos federais ‘disputados’ pela bancada federal do Piauí
Com mudança de governo em Brasília, muda também o controle político de estruturas federais no Piauí.
Com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) e a vitória de Lula (PT), os órgãos federais no Piauí terão novos dirigentes a partir de janeiro de 2023. Os aliados de Bolsonaro vão ficar sem indicações e, por outro lado, os deputados federais e senadores aliados do presidente eleito vão indicar nomes para comandar as estruturas da União em solo piauiense.
São cerca de 15 órgãos federais, sendo alguns considerados “vitrines”, aqueles que têm grande potencial para gerar dividendos eleitorais ao político que ganhar a indicação.
Os deputados federais eleitos Átila Filho e Júlio Arcoverde, do Progressistas, não terão direito a participar da repartição, pois são oposição ao futuro governo. Pelo mesmo motivo, o senador Ciro Nogueira perderá as indicações. Elmano Férrer, Iracema Portella e Margarete Coelho não terão mandato a partir de fevereiro e abrirão espaço no bolo dos órgãos federais.
Júlio César (PSD) e Flávio Nogueira (PT) vão voltar a ter indicações, já que indicaram dirigentes de órgãos federais no Piauí ao longo de praticamente todo o governo Bolsonaro.
Os mais cobiçados
Entre os muitos órgãos federais no Piauí, quatro estão no topo dos mais vantajosos. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) é um deles. Responsável por obras viárias federais, o órgão é visto como uma “potência eleitoral”. Atualmente é controlado no Piauí pelo senador Elmano Férrer (Progressistas), que está encerrando o mandato e não se elegeu deputado federal. O atual superintendente Ribamar Bastos foi indicado por Elmano.
Outro muito cobiçado é poderosa Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), que atualmente é controlada pelo senador licenciado e ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (Progressistas). Com orçamento de fazer brilhar os olhos dos políticos, o órgão é outra potência de fazer votos e conquistar lideranças nos municípios. Atualmente, o superintendente regional Inaldo Guerra é indicado de Ciro.
O Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) também está no topo dos mais cobiçados. O órgão sempre esteve entre os preferidos de políticos da região Nordeste do Brasil, dado o seu protagonismo em obras e ações voltadas para a população do semiárido. Atualmente, a Coordenadoria Estadual do Dnocs no Piauí é comandada pelo advogado Arão Lobão, indicado pela deputada federal Iracema Portella e pelo próprio Ciro Nogueira.
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) também integra o pelotão principal dos órgãos federais mais cobiçados no Piauí. Com protagonismo em obras de saneamento e abastecimento de água, a Superintendência Regional da Funasa no Piauí tem sido controlada nos últimos anos pelo deputado federal Átila Lira (Progressistas).
Estes, porém, são apenas alguns dos muitos órgãos federais. Confira a relação de todos que serão repartidos entre os deputados federais e senadores aliados de Lula no Piauí.
Critérios para divisão
Normalmente, a própria bancada federal se reúne e organiza a divisão dos órgãos. O critério adotado para saber quem fica com quem geralmente é o da longevidade no poder e também a proeminência do cargo. Desse modo, os senadores e os deputados federais com mais tempo de mandato costumam “ter direito” aos melhores órgãos. Já os novatos ficam com estruturas consideradas de menor peso político.
Para 2023, por exemplo, a expectativa é que o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit) fique com o senador Marcelo Castro (MDB), que nunca escondeu sua preferência por órgãos que cuidam de rodovias. Em outros tempos, Castro já foi conhecido como “o deputado do asfalto”.
Já a Codevasf deve ficar com a indicação do senador eleito Wellington Dias (PT). Ex-governador e bastante ligado a Lula, Dias terá protagonismo na hora da divisão dos órgãos federais no Piauí. Com isso, a indicação da Codevasf sairá de Ciro Nogueira e deverá ficar com Wellington.
O deputado federal Júlio César (PSD) foi aliado do presidente Jair Bolsonaro até o começo de 2022 e tinha as indicações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No novo governo, poderá ganhar um órgão maior, como a Funasa ou o Dnocs, por exemplo. Se preferir ficar com o Incra e a Conab novamente, órgãos com os quais muito se faz política, ele certamente terá preferência.
No terceiro mandato de deputada federal e mulher de Wellington Dias, a deputada federal Rejane Dias (PT) também vai ficar com a indicação de algum órgão federal cobiçado. Já o deputado Flávio Nogueira (PT), que teve a indicação do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) durante boa parte do governo Bolsonaro, também deverá subir alguns degraus na escada dos órgãos federais.
Por sua vez, os deputados novatos Jadyel da Jupi (PV), Florentino Neto (PT) e Francisco Costa (PT) devem ficar com órgãos menores. Castro Neto (MDB) também deve indicar estrutura de menor peso, mas a situação dele é diferente dos outros novatos, já que será beneficiado politicamente com os órgãos que vão vai controlados pelo seu pai, o senador Marcelo Castro.
Fonte: Lupa1
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