99% dos moradores de Serrana (SP) possuem anticorpos contra a covid-19
É o que afirma o Instituto Butantan em estudo sobre a efetividade da CoronaVac
O projeto desenvolvido pelo Instituto Butantan em Serrana, no interior de São Paulo, mostrou que 99% dos moradores desenvolveram anticorpos contra a covid-19.
A chamada soroconversão — quando o organismo produz anticorpos para se defender contra a infecção do vírus — foi possível depois de três meses do recebimento da segunda dose da CoronaVac.
Diferentemente dos estudos de eficácia, que são realizados durante o desenvolvimento dos imunizantes, com populações controladas e limitadas, as pesquisas de efetividade refletem a aplicação da vacina em larga escala, como acontece na prática com as campanhas de imunização nos países.
Os dados foram obtidos a partir da primeira etapa da avaliação sorológica, que contou com a coleta de amostras de quase quatro mil voluntários do município paulista, realizadas entre julho e agosto.
A segunda etapa da avaliação sorológica está em andamento. Os voluntários serão acompanhados por cerca de um ano para a avaliação do comportamento dos anticorpos aos seis, nove e doze meses após a aplicação da vacina.
O estudo
O Projeto “S” tem como objetivo avaliar a efetividade da vacina CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac, contra a covid-19.
As próximas fases do estudo, desenvolvido pelo Butantan, envolvem a análise de outro tipo de resposta do sistema imunológico pela vacina. Além dos anticorpos, o organismo conta com a ação da resposta celular, com a ativação de células do sistema imune, como os linfócitos, que ajudam no combate à infecção.
Em maio, dados preliminares da pesquisa revelaram que a imunização da população adulta de Serrana reduziu a incidência de casos sintomáticos da doença e das internações acima de 80%, e as mortes em 95%.
“O que estamos vendo hoje no Brasil, de redução de internações, de casos e diminuição de transmissibilidade, já vimos em Serrana no mês de maio e junho. Observar o que acontece em Serrana é essencial para ver o que acontecerá no Brasil. Por isso que a cidade é um laboratório tão importante: é ali que a gente consegue ver realmente o efeito da vacina”, disse um dos coordenadores médicos do estudo e diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana, Gustavo Volpe.
Por Revista Oeste